segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

DOZE DIAS DEPOIS...

Bem, já estou no Brasil há doze dias. Chegamos pela manhã do dia 19 de janeiro com desgaste aparente em nossos rostos, mas com o coração cheio de alegria por tudo o que vivi. Missão cumprida! Vivi os meus sonhos intensamente.
Toda a confusão para voltarmos ao Brasil, acho que nos poupou o lamento de deixarmos a Europa. Viemos desejando o nosso país. Mas ao chegar ao aeroporto de Guarulhos... Que desgosto! Desordem, tumulto, bagunça, demora, sujeira. Uma polícia federal arrogante e prepotente. Poucas esteiras e pequenas para o número de bagagens que recebe e ainda toda molhada por resíduos das bagagens que chegam. O que denuncia o péssimo manuseio e a falta de respeito com as bagagens dos usuários do aeroporto. Até os cadeados de minhas malas foram destruídos. Pelo menos tudo estava no lugar. Absurdo! Nos aeroportos europeus não tive prejuízo algum.
Espero que tenhamos coisa melhor para recebermos o mundo para a Copa 2014 e as Olimpíadas 2016. Guarulhos é um lixo perto do que conheci durante a viagem. Isso não é menosprezo ao Brasil. É uma crítica de quem quer ver o meu país melhor.
Estou voltando sim muito feliz pelo Brasil e posso afirmar que, não estamos tão mal e estamos caminhando no rumo certo. Claro que não posso tomar como parâmetro apenas a cidade de São Paulo. O Brasil é muito grande. Cabem países aqui dentro e tem muito trabalho para se fazer. Principalmente relacionados à educação e a saúde. Mas eu estive em três dos países do G8, o grupo dos países mais ricos do mundo. Passei por sete países classificados como desenvolvidos e, encontrei mendicância em todos. Vi sinais de decadência. Vi trabalhos informais. A Sandra foi testemunha da diferença da Europa que viu há quatro anos e da Europa que encontrou hoje. Tudo isso reflexo da crise mundial de 2008.
Quanto ao tratamento com brasileiros, todo mundo que já fez uma viagem como esta tem histórias para contar que foi mal tratado por ser brasileiro. Que foi seguido dentro da loja por medo de furto. Que existem placas informando “cuidado, brasileiros”. Que pensam que nossa capital é Buenos Aires e que falamos espanhol. Que só temos samba, futebol e mulher pelada...
Falo por mim: Momento algum eu fui mal tratado. Eles sabiam quem é a nossa presidente e o nosso ex-presidente. Eles lêem Chico Buarque de Holanda, Paulo Coelho. Ouvem Seu Jorge. Eles acompanhavam as notícias das fortes chuvas no Brasil. Orgulhosamente comprei uma revista em Madrid que nosso país é capa e é apresentado assim “BRASIL ASSIM SE CONSTRÓI UMA POTÊNCIA.” É a hora do Brasil elevar a sua auto-estima. "Chegou a hora dessa gente bronzeada mostrar seu valor..." - Salve Baby do Brasil.
 Quando sabiam que eu era brasileiro, eu recebia um simpático “obrigado” no sotaque do país que estava. Mas por quê? Por que o Brasil está crescendo e sendo reconhecido? Não sei. Eu acredito que na verdade fui bem tratado por que sou o ALBUKA.
COMER REZAR AMAR por ALBUKA? Diria que comi em Portugal, rezei na Itália e amei na Espanha. Está tudo postado aqui no blog.
Lembro-me que escrevi às vésperas de minha viagem que a temporada de ALBUKA 2011 prometia. Nestes doze dias aqui no Brasil realmente já foram suficientes para fazer as matrículas de minha irmã para veterinária na FMU, a minha para Marketing pela ETEC, entregar presentes e lembranças, contar sobre a experiência, mornar o calor da paixão de Madrid, rever meus queridos amigos do teatro, voltar com tudo para a academia e ainda descobrir que emagreci quatro quilos na viagem, me dedicar à atualização do blog com todo carinho, rever as pessoas daquela empresa que eu trabalhava e mostrar que estou melhor do que nunca, ver o mais novo Albuquerque, o Mateus, filhinho de minha prima Liliane que nasceu dia 27 agora e, até um fantasma do passado deu as caras no MSN depois de ver minhas fotos Orkut para me dizer coisas do tipo “Parabéns. Você merece. Feliz 2011...” – Ah... Vai pro inferno, meu! (KKKKKKKK)
E olha que a temporada 2011 de ALBUKA está só começando, hien!

HASTA LUEGO, MADRID (18/01/2011 – DIA30)

Tomei café hoje fazendo o quê?
Sim. Acessando o facebook pra ver se fui correspondido...
Fui. (RS)
E com direito ao número de celular.
Mas os horários de cada um comprometeu o nosso reencontro. E ainda prometi a Sandra que estaríamos às 20h no aeroporto. Mesmo sabendo que nosso vôo partiria somente às 0h 20minutos. Não poderia haver mais falhas. Todo o stress dos últimos dias fez com que tudo que desejássemos eram nossas casas, nossas camas, nossos chuveiros, nossas famílias e o nosso Brasil.
No aeroporto me restou apenas ligar e dizer rapidamente “Hasta luego”.
Eu sei que voltarei. Mesmo que seja apenas pelo amor a Madrid.


Tiritas pa este corazón partío.
Tiritas pa este corazón partío,

Ya lo ves, que no hay dos sin tres,
que la vida va y viene y que no se detiene...
Y, qué sé yo,
pero miénteme aunque sea, dime que algo queda
entre nosotros dos, que en tu habitación
nunca sale el sol, ni existe el tiempo,
ni el dolor.

Llévame si quieres a perder,
a ningún destino, sin ningún por qué.

Ya lo sé, que corazón que no ve
es corazón que no siente,
o corazón que te miente amor.
Pero, sabes que en lo más profundo de mi alma
sigue aquel dolor por creer en ti
¿qué fue de la ilusión y de lo bello que es vivir?

¿Para qué me curaste cuando estaba herío
si hoy me dejas de nuevo con el corazón partío?

¿Quién me va a entregar sus emociones?
¿Quién me va a pedir que nunca le abandone?
¿Quién me tapará esta noche si hace frío?
¿Quién me va a curar el corazón partío?
¿Quién llenará de primaveras este enero,
y bajará la luna para que juguemos?
Dime, si tú te vas, dime cariño mío,
¿quién me va a curar el corazón partío?

Tiritas pa este corazón partío.
Tiritas pa este corazón partío.

Dar solamente aquello que te sobra
nunca fue compartir, sino dar limosna, amor.
Si no lo sabes tú, te lo digo yo.
Después de la tormenta siempre llega la calma.
pero, sé que después de ti,
después de ti no hay nada.

¿Para qué me curaste cuando estaba herío
Si hoy me dejas de nuevo con el corazón partío?

¿Quién me va a entregar sus emociones?
¿Quién me va a pedir que nunca le abandone?
¿Quién me tapará esta noche si hace frío?
¿Quién me va a curar el corazón partío?
¿Quién llenará de primaveras este enero,
y bajará la luna para que juguemos?
Dime, si tú te vas, dime cariño mío,
¿quién me va a curar el corazón partío?

¿Quién me va a entregar ...


(CORAZÓN PARTÍO – Alejandro Sanz)

MADRID NOS QUER (17/01/2011 – DIA29)

Mais um dia de problemas com a Ibéria.
Muito tento no aeroporto, muita fila e muito stress. Com a segurança de que hoje iríamos embora, não podíamos deixar de fazer nossas ultimas compras no free shop. Mas depois do problema, como sair e voltar, passando pela polícia com nossas compras amanhã? Considerando que agora tínhamos mais frascos de perfumes, vinhos espanhóis, comida – este era da Sandra; duas panelas de paella... Eu quis comprar minhas últimas recordações da cidade que tanto me apaixonei e que ainda insistia que eu ficasse. (RS) Queria trazer lembranças que me permitissem recordar dos sabores de meus amores por Madrid. Estou voltando para o Brasil jurando que vou até aprender fazer uma paella. Até o tourinho Juan veio junto para eu me recordar sempre desta cidade.

Solução? Vamos “resolver” o nosso problema com a Ibéria e voltar para o centro da cidade onde ficamos hospedados alguns dias atrás. Amanhã eu compro mais uma mala e despachamos com as outras que já nos esperam. Ah! Para ficar mais emocionante, minha grana estava no talo. Ainda bem que trouxe meus cartões de crédito por precaução.
Pegamos o metrô que saía do aeroporto a 2 minutos de encerrar suas atividades. Teríamos que fazer duas baldeações para chegarmos a Estação Tribunal. Não deu tempo de pegar a última linha para chegar ao nosso destino. Pegamos um taxi para chegar até lá. Foi legal esta experiência com o taxi. Era um casal que trabalhava nas noites de Madrid. Conversamos bastante. Eles quiseram saber de nossa política no Brasil. Quiseram saber do Lula, da Dilma e também falaram da insatisfação com o a política de Zapatero. Todos os dias o casal vem de Guadalajara para Madrid. São aproximadamente 50 km todos os dias neste trajeto! Contaram que não há um plano que beneficie os taxistas. Tem ficado cada vez mais difícil se trabalhar por Madrid com taxi. A frota é numerosa e o transporte público é muito bom e muito barato. Eu pude ver isso! O que resta para eles é rodar Madrid pelas noites a procura de retardatários como Sandra e eu.
Chegamos ao hostel. Ufa... estamos seguros. E eu mais uma vez perto de minha paixão. Não agüentei. Fui ao computador e mandei uma mensagem dizendo que passaria mais um dia em Madrid.
Veja o próximo capítulo de ALBUKA – Temporada 2011.