domingo, 30 de janeiro de 2011

JÁ ACABOU? NÃÃÃÃÃÃÃO! (16/01/2011 – DIA28)

Meu Deus! Hoje é o nosso último dia na Europa!
Só cabe a nós aproveitarmos intensamente o pouquinho que nos restava por aqui.
Hoje o Nuno e a Vivi no acompanharam para apresentar o norte de Portugal. Foi um presente a oportunidade, pois conhecer a cidade do Porto não fazia parte de nossos planos de viagem.
Embarcamos todos na NAVE MÃE e partimos de Coimbra rumo ao Porto. Paramos para um delicioso café da manhã – ou pequeno almoço, como eles chamam; numa padaria de estrada que parecia mais um restaurante com uma variedade incrível da culinária portuguesa. O Nuno nos contou que todas as manhãs o lugar é lotado. Quanto ao atendimento, o rapaz que nos atendeu trabalhava de camisa e gravata. Impecável. Mais uma ocasião que colocou Portugal em muito boa classificação no meu conceito em gastronomia. 
Mais adiante fizemos mais uma parada para conhecer um lindo castelo. Achamos este muito mais bonito que o de São Jorge em Lisboa e não pagamos nada para entrar nele.


Porto para nós foi muito melhor que Lisboa. A imagem da cidade já nos agradou os olhos logo na chegada. Foi uma cidade que não poderíamos sair sem experimentar os vinhos que são muitos, muitos, muitos. E também aproveitamos uma iguaria típica que a Sandra me indicou, a alheira. Essa eu comprei pra levar pra casa. Ela é como uma linguiça, tem um cheiro muito forte e a portuguesa que nos vendeu explicou que a composição dela era de quatro tipos de carne. Não vou me lembrar de todos, mas alguns deles eram porco e pato.
O símbolo da cidade é uma ponte muito alta por onde passamos. A estrutura dela é familiar... Mais tarde quando passamos na parte de baixo dela demos conta que o autor do projeto é o mesmo da Torre Eiffel.



Jantar no Porto foi mais uma oportunidade de aguçar o meu paladar. Meu prato foi de lulas grelhadas acompanhado de salada, batatas cozidas e, claro, um vinho branco delicioso. Tudo isso, de frente para o Rio Douro. O importante rio na historia da do Porto que era utilizado no transporte da produção de vinho das montanhas para a cidade.


O porto é uma delícia. Limpou a má impressão que Lisboa me passou ontem de Portugal num todo. Mas isso dependeu de eu me portar como eles. Quando entrei numa loja e perguntei sobre suvenires e preços, revidei como um português o primeiro “coice” que levei. Daí foi toma lá dá cá na troca de coices e eu a rir com Vivi quando ganhava na resposta com uma “portuga” de cabelos grisalhos. Isso por que o vinho me deu total motivação para a cena. (RS) Mas sabe que no final ela até começou a conversar conosco e falou sobre o vinho, sobre a comida, sobre a rixa de Lisboa e o Porto. Viram, só? Bem dizem “Em terra de sapos, de cócoras com eles.”
Acabou o dia e a cidade do Porto para nós. Infelizmente não vimos tudo. Mas tivemos que voltar para a casa da Vivi pois nossas malas novas, a minha gigante, que compramos na noite anterior no Dolce Vita, nos esperavam para serem arrumadas para voltarmos para o Brasil. Detalhe, nosso vôo com escala em Madrid partiria de Lisboa aproximadamente às 8h da manhã. Mais uma vez optamos por ficarmos acordados até as 4h da manhã para partirmos de Coimbra para Lisboa, entregarmos a nossa companheira NAVE MÃE e fazer o check-in lá pelas 6h.
Tadinha da Vivi. Ficamos ensebando até tarde... Antes ainda fomos na casa de seus amigos vizinho para ver a banda de garagem do Nuno, conhecer o lindo apartamento do casal e também apreciar um vinho do porto. Que delícia!
Bem, Obrigado por tudo Vivi. Você é sempre ótima seja no Brasil, seja em Portugal. Obrigado, Nuno. Vocês são um casal de amigos muito queridos.
Encontrar o lugar para devolver a NAVE MÃE era o que mais me preocupava. Além de nosso tempo ser limitado. Era apenas das 6h às 6h 30 da manhã. Voei baixo na via-rápida A1. Dei-me até a oportunidade de sentir o gostinho de chegar aos 183 km/h. Era a minha despedida de NAVE MÃE! Mas não corri por muito tempo, foi só pra sentir mesmo. E foi uma delícia! Que máquina! Ela definitivamente voa.
Chegamos pontualmente às 6h 29 minutos. Missão cumprida.
Brasil, aí vamos nós!
Epa! Atraso em nosso vôo?
Aeroporto de Madrid interditado por causa da forte neblina.
O atraso nos rendeu stress, espera, filas e, mais uma noite em Madrid. Que chato... Justo na cidade que mais gostamos. Parece que Madrid nos chamas desde o começo.
Mais um hotel legal. Mais uma ligação para a família para dizer “não vão para o aeroporto.” E ainda nos demos a chance de sentir mais um pouco dos sabores da Espanha. Eu adorei o Jamon, o presunto típico deles. É basicamente uma coxa suína defumada. É saborosíssimo. Fomos ao mercado, compramos alguns doces, vinho, algumas fatias de Jamon e comemos numa praça apreciando uma partida de futebol em Madrid.
E pensar que mais uma vez eu estava próximo a minha paixão... Mas não posso inventar nada. Já é tarde e amanhã temos que voltar ainda cedo ao aeroporto e então seguirmos para o Brasil.

OS SABORES E DISSABORES DE PORTUGAL (15/01/2011 – DIA27)

Missão do dia: Fátima e Lisboa.
Fátima, nós combinamos que seria rápido para darmos mais atenção a Lisboa, pois teríamos mais o que ver por lá. Eu até brinquei com a Sandra quanto à cidade de Fátima: “Vamos lá, tiramos algumas fotos, fazemos o sinal da cruz e vamos embora.” (RS) Mesmo porque todos diziam que iríamos nos decepcionar. Que são igrejas modernas e blá-blá-blá...
Definitivamente cada caso é um caso, cada pessoa é uma pessoa e por aí vai.
A Sandra, como na Basílica de São Pedro no Vaticano, era claro o seu deslumbre. Como já mencionei, ela é de família católica e portuguesa. Tudo fazia a San se lembrar de seus pais.
Até eu aproveitei para ascender uma vela para minha irmã, pois hoje foi o vestibular dela. Ascendi uma segunda pra ela também, mas não vou postar o motivo aqui. Ela sabe pra quê que é e ainda vai me agradecer por isso. (RS) Uma terceira vela eu ascendi pedindo por tudo que estou por viver em 2011. E são muitos planos pra botar em prática, hein! E eu sei que tudo vai dar certo. É a minha filosofia.
Passamos pela capela das aparições de Nossa Senhora aos pastorinhos. Esta parte é coberta e possui bancos para que os fiéis façam suas preces e também paguem promessas. Havia pessoas andando de joelho ao redor da capelinha.
Depois fomos a um templo gigantesco todo moderno. As cores que se destacavam eram o branco e o dourado. Este é o lugar que para alguns decepciona por não ser antigo e não possuir estéticas do passado como toda a Europa até agora nos ofereceu. Mas, para mim, este templo teve uma outra emoção. Eu senti o valor da arquitetura moderna e uma energia diferente de tudo o que senti nas diversas igrejas que passei por toda a viagem. Não me refiro nem a espiritualidade. Falo de emoções e sensações que a arte expressa e que os sentidos humanos absorvem. O branco e o dourado naquele grande espaço aberto e de muita luz passaram-me a sensação de alegria. Parece que até o ar lá dentro é mais fresco.

Em frente a este templo estava uma grande imagem em homenagem ao Papa João Paulo II. Como esse homem é querido! Para a passagem em Fátima ficar ainda mais especial, uma freirinha muito simpática se aproximou de nós com muita alegria para nos contar que ontem o Papa Bento XVI anunciou a beatificação de João Paulo II em primeiro de março. Ela se despediu de nós e rezou aos pés do mais carismático e popular homem católico da história.

Fomos ainda à Igreja de Fátima. Entramos nesta igreja ao som de seus sinos que batiam ritmados em Ave Ave Ave Maria. Lá dentro podemos ver os túmulos de dois dos pastorinho que lá estão.


No final das contas, ficamos um tempo maior que o esperado. Mas valeu a pena. Encerramos esta passagem comigo filmando a Sandra se derreter de chorar ao celular falando com seu pai. Claro que para completar fomos comprar algumas lembrancinhas e finalmente partir para Lisboa.
Já a primeira vista não achei a cidade tão bela. Estacionamos a NAVE MÃE e seguimos a pé por Lisboa. Fomos primeiro conhecer o Castelo de São Jorge. Logo depois bateu uma fome... Decidimos parar em uma das vielas que passávamos para comer algo. Estávamos em Portugal. Logo, tínhamos que comer? Isso: Bacalhau! O restaurante pra quem olhava de fora não dava nada. O garçom mal humorado... Mas o serviço num todo foi muito, muito bom. Um prato muito bem apresentável, um vinho branco português delicioso e uma comida muitíssimo saborosa. Notei que o sal tinha de menos. Isso foi ótimo! Eu estava realmente apreciando o sabor do peixe, do molho com cebolas que, senti uma leve acidez como de limão e das batatas assadas em rodelas que acompanhavam. Não era um prato nada grande, mas que já antes de terminá-lo estava com uma ótima sensação de saciado. Incrível! Aprendi a comer em Lisboa. (RS)

Voltamos para o centro da cidade. Hora das compras!
Tanto quanto as outras capitais que passei vi muita mendicância e muitas pessoas tentando levar a vida com trabalhos nas ruas. Instrumentistas, estátuas vivas e até um brasileiro dançando samba de gafieira havia por lá.
Nas lojas que passei e entrei nos provadores vi muita sujeira! Até picumãs - aquelas bolinhas de poeira, cabelos e fiapos; encontrei no chão dos provadores da ZARA e da H&M. Além do mau humor que observei que é natural dos portugueses. Definitivamente não era nada pessoal. É coisa da cultura deles mesmo. Saí de Lisboa com a vontade de não voltar nunca mais.
Ai, como queria ter ficado mais em Madrid...