quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

ALBUKA SÓ SABE QUE NADA SABE (DIA3)

Hoje a Sandra me apresentou Windsor. É um lugar encantador. Uma gracinha, as casas, as ruas, os postezinhos nas calçadas. E as pessoas então? Quem me conhece sabe que sou louco por belos olhos azuis... Se tiver bochechinhas rosadas então!... É incrível! Aqui cada passo que dou, acredito que encontrei um novo amor. (KKKKK) E como se vestem bem! Eu estou me sentindo um jagunço. Definitivamente ALBUKA precisa de uma repaginada. (RS)


No passeio de hoje aproveitamos para tirar muitas fotos. Foi o dia de ver as escolas que estudaram o Príncipe William e o Príncipe Harry. Conhecer o Palácio de Windsor. Ir ao mercado comprar algumas cervejas para tomarmos com o Nigel. Comprar uma garrafinha de conhaque para nos aquecer no frio da cidade. Passar em lojas de lembranças e finalmente ir numa loja de brinquedos que há muito tempo a Sandra me fala dela. Ela ficou louca dentro dessa loja. Mais uma vez achei bonito ver o entusiasmo dela. Até eu comprei um brinquedo. Encontrei um que ela adorou e comprou também. É um hamster que repete tudo o que você fala ainda mexendo a boquinha – aliás, tenho que voltar na loja amanhã para trocá-lo; em casa dei conta de que ele não está mexendo a boquinha. É muito bonitinho e engraçado também o brinquedo. Já brincamos com eles de montão fazendo as imitações que meus amigos conhecem. Por exemplo: “Ai lindão, olha o Robi”, “Encha o cu de cigarro, desgraçado”, “Não faz a loka”, “Você não sabe de naaaaaada”, “Não aceitarei os seus insultos. Não mais.” (KKKKK) Quem sabe quem são os autores disso? Ah!!! E ensinei ele a gritar assim: “Purãngaw, Purãngaw, Purãngaw forçando o pau...”. (RS) Muito legal! – Já estou crianção igual à Sandra. Alias, já concordamos cá, que esta viagem irá render uma troca de corpos. Eu vou voltar um portuga turrão e a Sandra chorona e emotiva. Aff...
Durante o dia, a San por várias vezes olhava para mim e perguntava se eu estava gostando. Mas a minha cara era de sego perdido em tiroteio. Eu ainda estou perdidão na Inglaterra. É tudo muito diferente pra mim aqui. O idioma é a principal barreira. Chegou uma hora que eu falei: “É muito difícil! Eu sou burro, eu sou burro, eu sou burro...” (KKKKK) Às vezes dava medo ou vergonha de usar o meu inglês. Mas estou aprendendo que aqui no máximo eles vão repetir a palavra que dizemos da forma correta. É muito normal eles fazerem isso. E eu acho até engraçado.
Certa hora, a minha cara de perdido juntou com uma cara de fome. Fomos num Mcdonalds comer. Parece bobeira, mas é muito diferente do nosso no Brasil. O lanche é mais saboroso e é maior. Mas como ia dizendo, fomos comer no Mcdonalds e eu continuava com cara e a sensação de perdido na Inglaterra. A Sandra também na escolha não me ajudava em nada. (RS) Eu estava acreditando mais no inglês dela por aqui. Também pelo motivo de não funcionar como conhecemos de “peça pelo número”. E foi formando fila atrás de nós e eu indicava que podia passar, e não decidíamos nada e aquilo foi deixando minha cabeça à milhão... Quando eu enchi meus pulmões, fui ao caixa e disse em inglês para o atendente: “Eu quero aquele lanche, quero coca-cola e batata frita. Coca-cola zero grande. Quanto eu pago? Aceita este cartão?”. Consegui me comunicar perfeitamente em inglês! Ter tomado esta atitude parece que fez até eu me sentir melhor. (KKKKK) Depois foi a Sandra e só disse para o cara que queria o mesmo! (KKKKK) Até o Nigel disse ontem para mim que, o pouco que eu falo é melhor que ela! Mas eu admito que isso seja pela facilidade que tenho pra pronunciar. A Sandra ganha de mim de lavada quanto à compreensão.  Cá entre nós, é o mais importante. Mas estou contando esses casos somente para dizer que a experiência está sendo fundamental para que eu me arrisque e desenvolva o idioma. Com o espanhol foi mais fácil obviamente por ser um idioma de mesma raiz que o português, o latim. Agora é só eu me arriscar mais como fiz na Espanha. Entendi hoje que a maior sabedoria é admitir que não se sabe de nada. Pois a cada dia se pode aprender mais. Ora, se se aprende a cada dia, é porque antes não se sabia! Então ninguém pode se vangloriar de total sapiência. E mais, ARRISQUE-SE! Como pude me esquecer disso? Foi o teatro que me ensinou!
Aff... Hoje fiquei filosófico de mais. Vou ficar por aqui. Amanhã tem mais... hehehehe

BJÃO DO...

ALBUKA

DEU TUDO CERTO. (DIA2)


Que dia legal hoje! Foi muito pouquinho o que aproveitamos da capital espanhola, mas foi o suficiente para dizer que estou apaixonado por Madrid.
Eu fui dormir muito tarde por ficar escrevendo aqui para o blog. Sandra e eu acordamos às 11 horas e perdemos o café da manhã no hotel. Mas isso não era problema. Depois do dia cansativo que tivemos ontem no aeroporto, era fundamental descansarmos. Quando saímos de nosso quarto, demos conta que tínhamos pouquíssimo tempo para conhecer a região que estávamos em Madrid, almoçarmos e pegar o ônibus de volta para o aeroporto para irmos para Londres. Mas sabíamos que dependíamos do tempo na Inglaterra para isso acontecer. Se a nevasca não parasse poderíamos voltar para o hotel.
Em menos de duas horas conhecemos um pouco da Calle de la Pricesa, tiramos algumas fotos em pontos turísticos dela e passamos maior parte do tempo dentro da ZARA. Eu queria compra tudo. (RS) O preço era muito bom. Como nunca vi no Brasil para uma ZARA. Tinha coisas que olhava e pensava em levar para minha irmã, outras para minha mãe e obviamente a maioria para mim. Mas com isso fui cauteloso, pois a minha bagagem não estava comigo e eu estou apenas no primeiro dia de minha viagem. Sabia que teria muito tempo e muitas outras oportunidades até o final da viagem para fazer compras. Uma coisinha eu tive que comprar lá. Um par de luvas de couro para o frio que me esperava em Londres. Foi a minha primeira compra na Europa. (RS)

O percurso na Calle de la Princesa foi me encantando mais e mais pela cidade que descobria. Tudo pra mim era fascinante. Era a arquitetura antiga, era a educação no transito, a excelente sinalização da cidade, a beleza das pessoas, a elegância deles e a cordialidade quando lhes fazia qualquer pergunta. Não sei se ficasse por mais tempo teria tempo para descobrir algum ponto negativo e mudar de idéia... Mas este pouquinho fez me apaixonar pela cidade e me alegrar sabendo que daqui a alguns dias estarei de volta.
Retornado ao hotel um almoço nos esperava. No restaurante encontramos uma mesa composta pelos brasileiros que conhecemos no aeroporto e também aguardavam o vôo para Londres como nós. Sentamos todos juntou numa grande mesa redonda e tivemos o quê para comer? Uma bela paella. A Paty nordestina de ontem reclamou dizendo que o arroz estava cru. Eu achei deliciosa! E ainda comi a verdadeira feita por espanhóis e me servida na Espanha! O que eu tinha que reclamar?
Depois do almoço, Sandra ainda me puxou para uma loja de doces – Ela parece criança para isso. É bonito de ver. (RS) Depois fomos para o quarto pegar nossas coisas e na sequência pegarmos o ônibus para o aeroporto.
No aeroporto não se tem muito para dizer. Só tivemos que esperar nosso vôo para as 19h55 rumo a Londres. Este tempo de espera não era nenhuma garantia que iríamos para Londres, pois o tempo poderia mudar novamente e mais uma vez cancelarem nosso vôo.
Graças a Deus não foi o caso. Tudo deu certo, apesar de um pouquinho de atraso, mas chegamos ao aeroporto de Heathrow em Londres quase 22h, horário local.
E o meu medo de passar pela imigração? Tive que enfrentá-lo. Deixei tudo o que possivelmente me seria pedido para não me dar aquelas tremedeiras na frente de quem me atendesse. Admito que senti medo de meu modesto inglês falhar e de estar sem a Sandra para me ajudar e acabar tudo em m...
Sandra foi primeiro e ouvi: Next. Era a minha vez. Ai, que cagaço. Fui.
No guichê quem me esperava era um belo par de olhos azuis. Pensei comigo: WOW... I like it... Até me senti melhor. (RS) Daí, apresentei meu passaporte, meu itinerário, e me fez uma pergunta que não entendi. Pedi para que falasse devagar e respondi que estava em viagem de férias. Apresentei minha passagem com meu próximo destino, Paris. Perguntou onde eu ficaria, apresentei o endereço de Windsor do primo da Sandra. Perguntou se estava acompanhado, disse que estava com minha amiga e apontei para a San, que já me esperava do outro lado. Chamou um cara, ele deu uma olhada no meu passaporte e ouvi um OK. Clack – meu passaporte foi carimbado. ESTOU EM LONDREEEEEEEEEEEEEEEEESSSSSS!
Era a hora de pegarmos nossas bagagens. A da Sandra foi uma das primeiras a chegar. Esperei, esperei, esperei... Enquanto isso, fiquei observando a quantidade de indianos que tinha no aeroporto. Tudo dalits. Hare baba. (RS) Finalmente lá vinha a minha bagagem.
Saindo de lá o que a Sandra queria fazer? Fumar. (RS) Fomos para uma área externa onde pode sentir no meu rosto o frio cortante do primeiro dia de inverno do hemisfério sul. Vi de longe a neve e me encantei com aquele branco lindo que ela tinha. Estava louco para tocá-la. Mas onde estávamos não dava acesso a pedestres. Então tive que esperar para fazê-lo.
Seguimos para o metrô cheio de dúvidas de nosso percurso. Os mapas do metrô e trem de Londres à primeira vista, o que era o caso, parece uma macarronada colorida! Fomos tentar comprar nossos tickets até que uma moça olhou para nós e disse It’s free. Maravilha. Não teríamos mais contratempo. Pois já era tarde e era arriscado não ter mais transporte público e teríamos que pagar caro num taxi até Windsor.
Na plataforma de embarque do trem, um casal de chineses se aproximou pedindo informação e a Sandra os respondeu também expressando a sua incerteza. Eu, louco, já falei pra ela: Mas a gente tem que descobrir qual lado vai pra Barra Funda – Palmeiras e qual vai para Corinthians – Itaquera! (KKKKK) Bem, consegui oferecer um dos lugares que eu ocupava com minhas coisas para o casal de chineses se sentar e perguntar onde a senhora havia conseguido o mapa do metrô que tinha nas mãos. Ela gentilmente disse que já o tinha e me deu o mapa. – Meu inglês estava funcionando!
Seguimos de lá para a estação de Paddington. Saindo de lá pude ver pela primeira vez diante de mim os tradicionais ônibus de Londres. Mas dúvidas eram o que mais tínhamos. Aqui eu estava me sentindo um peixe fora da água como não me senti momento algum na experiência em Madrid. A Sandra diz que minha cara era engraçada. Eu estava totalmente perdido com tudo. (RS)
De lá fomos para a estação de Slough. Do lado de fora mais uma pausa para o cigarro. Vi um estacionamento forrado de branco entre a estação e a parte de trás de um Supermercado. Era a oportunidade de tocar a neve. Eu tinha que ir lá. Fui e deixei a Sandra para trás, pois era noite e ela ficava com medo de ir lá. Cheguei diante da neve e a pisei. Quis sentir a consistência. Meu pé afundou na neve branquinha. Tirei a luva de minha mão direita e finalmente a peguei. Geladinha, fininha... Lembrou aquele gelinho que se forma no congelador ou ainda uma raspadinha que se toma na praia. (RS) Eu moro em país tropical, poxa! Depois, quem quiser pergunte para Sandra como foi ver o louco do ALBUKA saltitante na neve sorrindo para ela com cara de criança que ganhou um brinquedo novo. (KKKKK)
Depois disso pegamos o taxi com um indiano para a casa do primo da Sandra que nos aguardava. A chegada na rua dele me lembrou a Rua dos Alfeneiros, onde moram os tios do Harry Potter. (RS) A Sandra já havia me contado que seu primo não falava tão bem o português e somente compreendia o português de Portugal. Afinal ele é filho de portugueses nascido e criado na Inglaterra. Fomos muito bem recebidos por ele em sua casa tipicamente inglesa em toda a decoração e na cultura local e nos apresentamos: I’m Nigel. Chegamos, nos ofereceu cerveja, queria que a gente comece, depois nos deu vinho, e mais cerveja...Sandra e eu tivemos por coincidência a mesmo idéia de trazer-lhe de presente uma cachaça. Ela trouxe a branca e eu a amarela. Ele abriu uma das garrafas e viramos uma dose cada um. De repente... Recebi uma entidade que se identificou como Roberto Leal e comecei a falar como um português. A Sandra me olhou assustada e disse “O quê que é isso???” (KKKKK) Mas eu estava falando sério. Percebi que realmente ele me compreendia quando falava com sotaque de português. Muitas vezes ele tinha que usar o inglês para expressar o que queria dizer. E quando eu falava assim, ele me compreendia. Eu tomava o cuidado de falar o português impecável gramaticalmente dos lusitanos. Resultado disso? Ficamos a conversar até as 5h da manhã! Falamos de assunto de família, de esporte, de economia mundial e de política. A minha amiga Valéria Sbrissa vai gostar do que vou dizer: Até falar bem do Lula eu falei. (RS) Falei sobre a nossa última eleição, sobre a Dilma e tal... Nossa! Que brasileiro orgulhoso eu me saí! (RS)
Hora de dormir. Amanhã, digo, daqui a pouco a Sandra vai me mostrar Windsor e vamos fazer umas comprinhas.


BJÃO DO...

ALBUKA