domingo, 12 de junho de 2011

O DIA DOS NAMORADOS DE ALBUKA

"Valentines Day" in Brazil and ALBUKA alone again.

There's no love like the future love
(Future Love - Madonna)


É, foi-se mais um dia dos namorados... Enquanto alguns podem reclamar que este ano passou só, não ganhou presente, eu tenho a dizer que este é o meu vigésimo nono dia dos namorados que passei só.  Claro, tenho que descontar aquele momento da vida da gente que não nos cobramos de ter um par e nem somos cobrados disso também. A infância. Tudo o que queremos nesta fase é brincar, é divertir, é nos impressionar com o grãzinho de feijão que cresce no pote de danoninho, com o girino que vira sapo, conseguir andar de bicicleta sem rodinhas. Enfim, é a descoberta do novo, do diferente e das possibilidades.
Talvez eu esteja por descobrir muito ainda! Deve ser síndrome de Peter Pan. Já mencionei que tenho um lado infantil desenvolvido uma vez. É, estou próximo de completar trinta anos e mantenho a sede e a vontade de aprender, viver e fazer novas coisas. Às vezes me pego fazendo planos de coisas que poderia ter feito em minha adolescência. Mas não posso me punir por não ter feito. Não fiz por que o momento era outro, as pessoas em minha vida eram outras, o momento do Brasil, da economia, de minha família era outro, até minha fisionomia era outra... Ops! Eu acho que acabei de tocar na minha própria ferida e encontrei uma resposta para o ponto que queria chegar.
Bem, o ponto que eu queria chegar era realmente indagar o motivo de, nesta idade não ter descoberto, nem ao menos ter sentido o que é o amor. Quando mencionei a fisionomia, acho que descobri uma possível resposta. Na minha infância e adolescência eu fui obeso. Justo no momento da vida que os hormônios estão gritando e tudo o que a gente quer é ser aceito, é ser igual, é ser o maior. Eu não era tudo isso. Mas conquistava com meu humor e simpatia. Menos em questão de relacionamento amoroso. Para isso eu me fechei, eu me escondi e não me entreguei às possibilidades desta descoberta.
Isso foi superado. Até cheguei a ter um namoro no ano passado que durou pouco e rendeu apenas uma calça da M. Officer de aniversário que eu troquei por uma muuuuito melhor na loja e paguei a diferença e ainda comprei outra; também me possibilitou entrar para o seleto clube dos que usam a expressão “ex”. Ah! Tenho que mencionar que achei super chato e até me perguntei: Namorar é só isso? Ainda bem que meu grande amigo Anderson Maia me disse sábias palavras para eu não tomar isto como base para as futuras possibilidades e, assim eu sigo.
Mas como dizia, minha auto-exclusão foi superado, mesmo que tarde. Claro que tem sequelas! Eu descobri meus valores, meus dons e aprendi a tirar proveito deles. Nem que pra isso passasse o dia de hoje em frente ao computador me comunicando com o mundo apenas para alimentar o meu ego. (KKKKK) Por exemplo, pelo MSN ganhei uma flor virtual da Austrália e outra do Chile para consolar a minha solidão quando explicava que se tratava do dia dos namorados no Brasil. (KKKKK)
Meu Deus! Expor-me na internet virou um vício. Tenho recebido mensagens e até propostas por uma rede social que tem alimentado meu ego, minha vaidade e minha auto-estima diariamente! É Austrália, EUA, Canadá, Chile, Brasil, Portugal, Espanha, França, Itália, Bélgica, Holanda... Gente, O MUNDO ME AMA!!! (KKKKK)
(...)
E eu ainda estou só.
(...)
Vinícius de Morais terminava a canção dizendo que “é impossível ser feliz sozinho”. O Globo Repórter do último dia 3 de junho anunciou que a solidão pode ser pior que a obesidade... Então, agora tenho que me cuidar pra dizer que sou ex-solitário. “Vou te contar...” (RS)
(...)
Quer saber? Não me condeno por causa disso, não!
Como uma pessoa que teve 2, 3, 4, 5, 6 casamentos declara que viveu amor eterno? Se fossem realmente, não teria chegado ao sexto! Mas eu admito que essa pessoa viveu.
Olha, quanto a mim, creio que fui muito sensato em não perder meu tempo... Ou, sei lá se roteirizo demais minha vida e nunca acontece da maneira que eu quero. Eu sei de uma coisa. Eu quero sempre ter entusiasmo para viver muito e me arriscar e aprender cada dia mais. Quero viver momentos como o dia dos namorados do ano passado que ficamos juntos em São Paulo o final de semana inteirinho eu, minha amiga Valéria Sbrissa e meu amigo Léo Mergulhão. Foi o melhor dia dos namorados sem namorados do mundo. Foi um dos dias mais divertidos de nossas vidas e eles hão de concordar comigo. Eu quero viver cheio de esperança para ainda conhecer o amor e cheio de pensamentos felizes para poder voar cada vez mais longe e mais alto como Peter Pan, nem que isso me leve a Terra do Nunca.


Amor é vida; é ter constantemente
Alma, sentidos, coração – abertos,
Ao grande, ao belo, é ser capaz d’extremos
D’altas virtudes, té capaz de crimes!
Compr’ender o infinito, a imensidade,
E a natureza e Deus, gostar dos campos,
D’aves, flores, murmúrios solitários;
Buscar tristeza, a soledade, o ermo,
E ter o coração em riso e festa;
E à branda festa, ao riso da nossa alma
Fontes de pranto intercalar sem custo;
Conhecer o prazer e a desventura
No mesmo tempo, e ser no mesmo ponto
O ditoso, o misérrimo dos entes:
Isso é amor, e desse amor se morre!

(Trecho – SE SE MORRE DE AMOR! - Gonçalves Dias)