Os últimos dias foram de fortes emoções para ALBUKA. Não seriam coisas para se postar aqui, uma vez que chamo meu blog de REINAÇÕES. Mas bem dizem que nada acontece por acaso e que com tudo se aprende. E, cada momento que eu cresço, eu considero uma de minhas REINAÇÔES.
Depois da crise convulsiva que tive há dois domingos atrás, fiquei com fortes dores musculares no corpo inteiro que só foram passar três dias depois. Porém uma dor permaneceu. Uma dor entre minhas costas e meu peito direito que me impossibilitava tossir, salivar, pigarrear... Mas fui persistente. Sempre me considerei um touro em força e saúde! Adaptei-me a dor e mesmo assim fui para a academia, fui receber meu amigo Eros em São Paulo , fui pra balada...
Quarta-feira, 13 de abril de 2010. Meu retorno com a neurologista e primeiro dia de provas na ETEC. A neurologista ao analisar todos os meus sintomas confirmou a epilepsia. De lá estou sendo encaminhado para especialistas no Hospital São Paulo enquanto já sou medicado. Depois da consulta a dor aumentava e eu tinha que levar minha irmã para a faculdade e eu ainda ir para a ETEC na Vila Madalena. Suportei toda a dor no terrível transito de São Paulo. Estava certo que apenas entregaria meu trabalho, mas não o apresentaria como parte da avaliação. Dentro da escola pedi por ajuda a coordenadora Fátima e secretária Beth e também ao Mauro que nunca me faltaram. Ligaram para a minha família e pediram que viessem me buscar. A dor que eu sentia me obrigou a deitar em uma mesa no corredor e já não conseguia mais fazer movimento algum. Aos amigos que passavam a caminho da sala, com pouca voz eu tentava explicar o que estava acontecendo. Até para levantar precisei de ajuda. Não tinha mais forças.
Quando minha família chegou, levei um belo “puxão de orelha” da coordenadora Fátima que também é psicóloga e exigiu que eu passasse por terapia e lhe apresente relatórios mensais. Afirmou que eu tenho que tomar atitudes de amor próprio. Disse que é a segunda vez que deixo família, administração e meus amigos preocupados, referindo-se a convulsão que eu tive há um mês atrás na instituição.
Chegando em Cotia, fui ao pronto socorro e foi necessário uma chapa. Era nítido na chapa sinais de catarro no pulmão direito, mas o médico não tirou conclusão nenhuma. Exceto perguntas que poderiam lhe indicar sintomas de tuberculose. Ele me receitou três medicamentos e me dispensou.
Os remédios cessaram as dores. Mas começaram a ficar mais evidentes um forte um sabor horrível que subia a minha boca cada vez que tossia e, pior, comecei a expelir secreções muito escuras e cheiro forte e desagradável. Aumentava ainda mais o nosso medo de tuberculose.
Fui a um segundo médico no dia 16 que avaliou uma segunda chapa, indicou remédios mais fortes e descartou a hipótese de tuberculose. E afirmou que se tratava de um caso de pneumonia. Será necessário muito cuidado, medicação e repouso absoluto. Mas, felizmente, dos males o menor.
Quero registrar aqui minha gratidão por todo carinho e a competência dos profissionais da ETEC Guaracy Silveira, extensão Vila Madalena; Pelos amigos de classe que compreenderam e desejaram o meu pronto restabelecimento. Os amigos dos Satyros que torcem por mim. O Renan, que conheci semana passada e me mandou uma mensagem pelo celular e, principalmente registro aqui todo o meu amor a minha família que não me faltou momento algum. Também aos meus familiares do Paraná, Tia Nice, Tia Tata e todos que lá oram por mim. Deus abençoe a todos.
E como disse anteriormente “com tudo se aprende.” Dessa vez aprendi que não é a toda pessoa que se diz eu te amo. São palavras muito fortes e deve se selecionar muito, muito bem a quem dizer.
E mais. Sabe aqueles contos infantis que aparecem uma fada ou um gênio e pergunta “qual o seu desejo?” Parece que mesmo quando a gente cresce isso ainda habita o nosso imaginário. Quem dirá o meu! Eu já bem digo que eu tenho o lado infantil desenvolvido. Mas se essa pergunta viesse em minha mente dias atrás, provavelmente responderia um carro do ano, ou um loft nos Jardins, ou um emprego milionário, ou uma nova viagem para a Europa, ou ganhar na mega sena. Quando estava no auge da crise de pneumonia que desenvolvi, fiz essa pergunta a mim mesmo e respondi “tudo o que quero é a minha saúde volta” – e chorei. Vê como a felicidade está em coisas tão simples?
Daí, lembrei-me dos bons tempos de Vídeo Show com o Miguel Falabella. Todos os dias ele encerrava dizendo assim “Saúde e paz. O resto, a gente corre atrás”. Parecia uma frase bobinha. Mas quando a saúde nos falta ela faz um sentido imenso.